Diário de Bordo - Sérgio

 

10/01/2006

Hoje completamos um mês de viagem (VIVA!!!), com tudo normal e os ânimos elevados. Acordamos, fizemos os diários e fomos tomar café na marina com a Lu e a Mô. Após o café as crianças passaram protetor solar um no outro e foram para a piscina. Eram 10 e meia da manhã e o dia já estava super quente. Nos disseram que a previsão era de 37 graus para hoje. Fiquei preocupado com a Lu que, apesar de estar melhor, não seria bom que pegasse tanto sol. Após algumas conversas, as meninas resolveram ir embora hoje para aproveitar e fazer algumas coisas que precisavam em São Paulo antes de voltarem a trabalhar (chuif). Aproveitamos a piscina da marina, fui no barco buscar algumas coisas delas e ficamos na sombra batendo o papo e aproveitando os últimos momentos juntos. A Mônica aproveitou para escrever no nosso livro de visitas e depois escolhemos um lugar para almoçar. Fomos todos para o restaurante Cheiro de Camarão, que é um quiosque de praia em Corumbé, com uma vista maravilhosa para o mar e a comida fenomenal. A dica foi de nosso vizinho de barcos: o Manir. Fizemos um brinde e comemoração dos dias maravilhosos que tivemos. Após um pirão, peixe frito, arroz, feijão, batatas fritas e salada, dos quais estava difícil dizer qual era o melhor, pegamos a estrada rumo à Ubatuba. Nós fomos juntos pois tínhamos que pegar o carro na casa do Adelson. Curtimos da estrada a beleza das ilhas pelas quais passáramos de barco escutando Legião Urbana (gosto comum de todos). Chegando em Ubatuba fizemos as dolorosas despedidas de quem se gosta muito e, sentindo um vazio danado, seguimos para o Saco da Ribeira. Passamos no Hisashi para cumprimentá-lo, encontramos o Teles no caminho e também batemos um papo com ele e, finalmente, passamos na casa do Adelson, que tão atencioso foi conosco e guardou nosso carro todos esses dias. A viagem de carro de volta a Parati correu normal. A única coisa estranha foi dirigir um carro depois de 15 dias sem guiar. Só quero ver quando voltar de viagem: acho que terei que voltar para a auto-escola. Chegando fomos direto para o barco e lá fizemos um lanche no cockpit, curtindo a lua crescente quase cheia num mar totalmente espelhado, com muitas estrelas no céu e a visão dos barcos parados ao redor e Parati iluminada ao fundo. Foi uma das mais belas paisagens que eu já vi. Com saudades no coração fomos dormir.

 

11/01/2006

Hoje é dia de muita coisa para fazer e, entre elas, colocar os diários em ordem. Acordei já arrumando um monte de coisinhas a bordo e, quando as crianças levantaram, fizemos um ótimo café no barco para aproveitar as coisas que estavam sobrando e elas fizeram os diários atrasados, dos quais só tinham o resumo. O resumo são itens do que aconteceu dia-a-dia, para que eles não esqueçam nada do que aconteceu e possam se organizar na hora de escrever. O diário deles ficou muito melhor com essa nova forma de trabalho (apesar da relutância inicial deles). Ainda tivemos tempo para escutar um pouco de música e discutir a letra da música “Pais e Filhos” do Legião Urbana e filosofar sobre o tema. Foi um momento especial! Depois de fazer o que precisávamos no barco, fomos para a marina e levei o computador. Precisava fazer algumas coisas no meu diário ainda e colocar as fotos. Me instalei numa mesa com sombra ao lado da piscina e fiquei trabalhando, dando um mergulho de vez em quando, pois o sol estava de rachar e o dia extremamente quente, mesmo à sombra. No meio da tarde fomos para Parati comprar algumas gás e mais algumas coisas que precisávamos. Fizemos as compras (foi fácil achar tudo), comemos pastéis (que as crianças queriam muito e já não comiam há um ano, em virtude de um problema que eu tive de passar muito mal com um pastel na Ilha no início do ano passado), tomamos sorvete, comprei dois calções de banho novos para mim e fomos visitar a Casa da Cultura de Parati. O lugar é muito legal e o esquema que montaram para mostrar um pouco da cultura e história de Parati é demais. Vários computadores são estações para ver cada pedaço importante da história da cidade. Objetos de cultura ficam pendurados no teto dentro de caixas e podem ser puxados para baixo para serem melhor visualizados. Fotos, entrevistas e filmes de pessoas importantes de Parati estão disponíveis para serem vistos e ouvidos. Toda a decoração do local reflete as festas populares, história e cultura. É, sem dúvida, um lugar para ser visto. Quem sabe Ilhabela não se inspira e monta um local semelhante?

Depois, após muita insistência das crianças, fomos ao circo. Eu estava cansado, mas eles estavam tão animado que não resisti. Apesar dos péssimos palhaços (acho que nunca vi palhaços tão sem graça), o resto do espetáculo estava muito legal. O que gostei foi que não usaram animais e havia muitas crianças artistas. Já eram mais de onze horas quando voltamos ao barco. Fizemos um lanche, pois estávamos todos meio sem fome e fomos dormir cansados.

 

12/01/2006

Acordei e coloquei mãos-a-obra para vê o que estava entupindo a circulação de água de refrigeração do motor. Desmontei tudo novamente e descobri um tubo de refrigeração atrás do motor que não tinha desmontado da outra vez. Fui desmontá-lo e encontrei-o muito entupido. Pedaços de cracas, anodo de sacrifício e bolinhas de cola de silicone se amontoaram ali. Desmontei-o, limpei-o e remontei tudo. Vou deixar secar a cola de vedação da junta bem e testar o motor amanhã. As crianças fizeram o café da manhã e ficaram lendo, enquanto eu fazia o que precisava. Fomos para a marina no começo da tarde e lá eles encontraram algumas crianças. O dia foi passando, almoçamos na marina (um ótimo filé à cubana e feijão) e foram chegando mais crianças. No início da noite haviam umas dez crianças brincando na piscina e o Jonas e a Carol não pararam todo esse tempo. Eu queria dar uma saída de barco, mas preferi deixar as crianças de divertirem com os amigos. Enquanto isso, eu fazia algumas coisas no computador ao lado da piscina. Aproveitei para ver se a máquina fotográfica digital que eu pretendia dar para a Carol não conflitava com a outra na hora de puxar as fotos para o computador. Não houve problemas e ela ficou toda feliz com o presente de Natal atrasado. Depois tomamos um ótimo banho e fomos até Parati tomar um sorvete. Quando estávamos chegando lá, faltou luz. Mesmo assim fomos andando até a sorveteria, que não estava funcionando, pois não poderia ser aberto o frezer se descongelar o sorvete. Sentamos e esperamos um pouco tomando um gatorade. Passaram-se 5 minutos e a luz voltou, o que foi tempo suficiente para pegarmos o sorvete, pois logo após faltou luz novamente. Tomado o sorvete, fomos procurar uma creperia onde as crianças tinha marcado encontro com os amigos. Aí aconteceu um momento mágico: a lua cheíssima e alta iluminava as paredes das antigas casas coloniais e as ruas de pedra. Um músico não se deu por vencido com a falta de luz e, sem o microfone e o amplificador do violão, soltou a voz nas ruas. Achamos a creperia e nos sentamos para a Carol comer seu crepe. A noite estava maravilhosa e a ruazinha sossegada na qual estávamos sentados, com a luz da lua nas paredes e o céu todo estrelado transmitia uma atmosfera de paz intensa. Comemos (eu e o Jonas não resistimos a experimentar o crepe da Carol) o crepe à luz de uma vela conversando sobre estarmos vendo a Parati de antigamente, sem luzes artificiais. Ao final do crepe, as luzes voltaram e acabou-se a magia. A Carol foi escolher uma bebida e voltou falando que a dona da creperia conhecia a Thaís do colégio São João. Pouco depois, a Cristina, veio falar conosco e conversamos bastante sobre as pessoas conhecidas da ilha: Thaís, Ângelo e Marília, diretora do parque estadual. O marido da Cristina, Paulo, estava fazendo trabalhos com as comunidades isoladas de Ilhabela. Antes de sairmos, ela veio nos apresentar o Paulo e sua filha Thaís (que tem esse nome por causa da Thaís do São João). Contamos um pouquinho da nossa viagem e nossos planos e, infelizmente, o cansaço não deixou que estendêssemos mais o papo. Mas algo me diz que voltaremos a encontrá-los (com certeza, ao menos a Cristina na creperia). Voltamos ao barco e logo fomos dormir, todos muito cansados.

 

13/01/2006

Sexta-feira, dia 13, lua cheia (AUUUU!!!). Acordamos, tomamos café da manhã, lavei a louça atrasada na pia e, enquanto as crianças faziam os diários, arrumei a bomba da pia do banheiro, que faz falta e já havia soltado há algum tempo. Saímos então para testar a refrigeração do motor. Fomos até a ilha do Cachorro em alta rotação, voltamos e a circulação de água estava perfeita. Paramos na ilha Duas Irmãs para conhecer o lugar. A ilha é linda, mas o lugar é para lancheiros de muita grana (que era o público que havia na ilha, exceto nós, pobres mortais). Ficamos por lá um pouco, passeamos, tomamos uma água e comemos uma porção de batatas fritas e voltamos ao barco. Retornando à marina, as crianças tiveram uma decepção: a piscina estava em manutenção. Elas brincaram um pouco de esconde-esconde e tomamos um bom banho. Fomos até Parati jantar na creperia e nos deliciamos com os crepes da Cristina. Após um papo rápido com ela, tomei um sorvete (as crianças não tomaram, pois disseram que não cabia mais nada!). Retornamos à marina, e curti a lindíssima lua cheia enquanto eles brincaram mais alguns minutos e, sob os protestos das várias crianças que estavam lá brincando, todos os pais recolheram seus filhos aos respectivos quartos/barcos para descansar. Já passavam das 23 horas.

 

14/01/2006

Acordamos e comecei a arrumar as coisas para irmos para a Ilha Grande. Já estava ficando cansado de ficar só na marina. Fizemos os diários, tomamos café no barco e fomos para a marina. Deixei as crianças brincando com as outras e fui até Parati levar as roupas para lavar, fazer um adesivo para o barco e arrumar uma luminária para o banheiro. Não achei a luminária, a máquina de cortar adesivos estava quebrada, mas deixei para lavar toda a nossa roupa de 20 dias que saiu baratíssimo numa lavanderia próxima ao centro histórico. Retornei à marina, deixei as crianças brincarem mais um pouco e fomos todos à Parati para almoçar, pegar a roupa e fazer o supermercado. Um pouco antes de sairmos da marina começou a doer um “dente-do-ciso” que eu estou para tirar há mais de 14 anos e que nunca tive coragem (em virtude de outro que tirei e foi um trauma e tanto). Ao chegar na cidade, parei para comprar um remédio (para não ter que mexer na farmácia de bordo), almoçamos e fomos tirar o sorvete. O sol fez inchar mais a gengivite local, mas o sorvete melhorou-a um pouco. Eu não estava bem e fomos logo pegar a roupa que, por sorte, já estava pronta. Voltamos à marina e a dor foi piorando. Gelo, anti-inflamatório, nada parecia melhorar a dor. Lembrei do filme náufrago (dentro, é claro, das devidas proporções – rsrsrs) e tive vontade de ter um patim de gelo para arrancar o danado do dente. Tomei outro anti-inflamatório e comecei à melhorar um pouco. Consegui dormir na sombra enquanto as crianças brincavam e acordei melhor. Fomos até a farmácia novamente e comprei um PerioGard, que aliviou mais um pouco o incômodo. Jantamos uma sopa, o que não foi muito bom pois esquentou o local e voltou a doer. Após uma água tônica gelada, vendo a fantástica lua cheia que se erguia entre as ilhas de Parati, com muitas estrelas no céu, a cidade iluminada ao fundo e os muitos barcos atracados na marina, voltei a melhorar (fiquei mais de uma hora sentado no píer vendo o espetáculo). É incrível a beleza da região e a vista da marina em noites de lua cheia! A maré começou a baixar muito, mudamos o bote de lugar, deixei as crianças brincarem mais um pouco e voltamos ao barco para dormir. Como meu ombro esquerdo não está muito bom, dormi voltado para o lado direito (o do dente). Cerca de uma hora da manhã acordei de novo com muita dor e inchaço no local. Tomei dois analgésicos e percebi, colocando o dedo, que puxando o dente-do-ciso que está atravessado mais para cima a dor aliviava muito. Pequei uma colher e com o cabo fiz uma alavanca e fiquei segurando o danado do dente forçado-o para cima. Funcionou maravilhosamente bem, a dor logo aliviou e após uma hora e meia de sofrimento consegui dormir de barriga para cima, para não forçar o ombro e nem o dente, tomando cuidado de ficar com as pernas dobradas para não forçar as costas: coisas de velho!!!

 

15/01/2006

Já estava um pouco melhor quando acordei, mas hoje não é dia de abusar. Deixei as crianças dormirem um pouco mais, fizemos um café bem leve no barco e fomos para a marina. As crianças queriam brincar na piscina e eu queria sombra e água fresca. Odeio ficar parado muito tempo sem ter o que fazer num lugar mas, na situação atual, é a melhor coisa. Levei o computador para a marina e aproveitei para digitar os diários das crianças e bater papo com algumas pessoas que conheci na marina. O Fábio e sua esposa, pais do Pedro, são dentistas e foram muito gentis e me orientaram e medicaram com relação ao meu problema. Fomos almoçar em Parati, aproveitei para comer só coisas frias e muito sorvete de sobremesa. É incrível como o sorvete alivia a dor. Voltamos à marina e à piscina, onde fiquei na sombra trabalhando na nossa página e conversando com as pessoas que estavam por lá. Papo de criança dentro da piscina: “- Onde você mora?”, “- Eu moro no mar!”. No começo de noite fomos para Parati pois as crianças estavam com vontade de comer pastéis. Depois de muita procura achamos uma pastelaria aberta e as crianças ficaram satisfeitas. Não comi nada porque meu dente não deixou. Fui dormir cansadíssimo.

 

16/01/2006

Acordei um pouco mais disposto e fomos tomar café na marina. Após o café, as crianças ficaram brincando com o Pedro que ia embora e eu fui até Parati para comprar remédios, uma luminária para o banheiro do barco (a antiga queimou) e pegar as letras adesivas com o porto de origem que esqueci de colocar em Ilhabela. Retornei, fiquei um pouco na piscina e o amigo das crianças e sua família foi embora, prometendo voltar dia 25.  Fui comprar gelo e fomos almoçar no barco um gosto macarrão com presuntada. Aproveitei para trocar a luminária, colar o adesivo e depois fomos visitar a Marina do Engenho, do Amyr Klink. Vimos todos os barcos e tiramos fotos na frente do Parati 1. Em seguida fomos ao supermercado comprar perecíveis e depois passear em Parati. Lá encontramos um casal de argentinos e suas filhas que estão na marina no barco Peter Pan e batemos um bom papo. Uma coisa muito gostosa em Parati é que tem vários artistas de rua fazendo seus shows quase todas as noites. Nessa noite vimos um engraçado show de marionetes e um outro artista que fez seu show com malabares de fogo e uma “pulga” amestrada! Saímos tarde de Parati de volta para a marina e a ida até o barco estava maravilhosa como sempre. Antes de dormir comemos umas azeitonas recheadas que a Carol comprou em Parati e conversamos sobre o dia.

 

17/01/2006

Tomamos o café da manhã no barco e logo depois fomos para Parati. Eu tinha consulta marcada e foi o dia de visitar dentistas. Após a Dra. Iva gentilmente dar um jeito no meu dente para melhorar um pouco a infecção e tirarem radiografia, minhas “suspeitas” de que vou ter que fazer uma cirurgia e extrair o dente foram confirmadas. Essa cirurgia tem que ser programada e vai me dar um pouco de trabalho, pois vou ter que comer coisas moles e não poderei pegar sol e fazer força por alguns dias. Ou seja, ficar de molho de novo. Mas se resolver o problema de vez está ótimo. Já pensaram se eu chegar em Noronha e tiver um problema desses lá? Não dá, não é?! Em seguida fomos supermercado, almoçamos em Parati, comemos um sorvete na sorveteria de sempre e voltamos à marina. Ficamos tristes pois a Nishi, Rê, Luís e Mariana ligaram dizendo que não poderão vir no final de semana, pois a Mariana, que está grávida, tem ficado muito cansada. No final da tarde fizemos os nossos diários na beira da piscina da marina. No começo da noite me ligou a Berê, amiga da Cláudia Gnemmi de Ilhabela e conseguimos marcar um encontro. Fomos até a marina do Junior, o irmão dela, onde também há uma pizzaria. Enquanto esperávamos, a Carol viu uma cobrinha na escada que leva à casa do Junior. Ela tem uma vista e tanto. Estava de noite, tudo escuro e muito pouca iluminação. A tentativa de capturar a cobra e recolocá-la num lugar menos perigoso não funcionou bem, mas ela caiu no meio de algumas plantas onde não ofereceria perigo. Quando a Berê chegou conversamos bastante sobre os conhecidos em comum (Cláudia, Ladislau, Thereza), sobre nossa viagem, sobre Parati e vimos umas fotos de uma casa que ela tem na Ponta Negra. O lugar é um paraíso e está praticamente intocado. Comemos uma pizza excelente e após muito papo e muitas brincadeiras, saí com a gostosa sensação de conhecer a Berê há muitos anos. Voltamos para a marina tarde, todos cansados e a Carol morrendo de sono.

 

18/01/2006

Acordamos bem tarde e logo começamos a tomar um café da manhã reforçado no barco. Pensava em sair de barco, pois acordei muitíssimo bem, mas resolvi dar mais um dia de descanso para o dente por garantia. Fizemos os diários de bordo e fomos até a marina. Ficamos na piscina, com as crianças brincando com os carrinhos que compraram e caindo na água de vez em quando. Depois resolvemos ir passear em Parati. Tomamos um lanche com coisas que compramos no mercado, passeamos pela cidade e as crianças conseguiram ver algo que queriam há muito tempo: o mar invadindo as ruas de Parati. Pelo que me contaram, a cidade foi projetada para que a água entrasse nela na maré alta e fizesse uma limpeza automática das ruas. Tirei muitas fotos com o tradicional reflexo das casas coloniais na cidade alagada, que dá um efeito maravilhoso e tomamos uma água de coco sentados em um banco em frente ao mar. Em seguida fomos até a ponta do píer da cidade, onde vários barcos ficam parados esperando pessoas que desejam passear pelas ilhas de Parati. Retornamos por uma rua de frente para o mar pela qual eu nunca tinha passado. Fomos novamente ao mercado onde comprei tomates e cenouras para a Carol que estava com muita vontade de salada. Voltamos para a marina, tomamos um ótimo banho e fomos para o barco onde fizemos o jantar: salada de tomates e cenoura, macarrão alho-e-óleo e salsichas. Lemos um pouco, respondemos alguns e-mail’s e dormimos tarde.

 

19/01/2006

Acordei cedo e bem disposto, só com um pouco de sensibilidade em volta do dente ruim. Minha intenção era dar uma saída de barco de qualquer jeito, mas precisava enviar alguns e-mails antes. O problema foi que não consegui enviar e-mail nenhum através da TIM. Eles estão fornecendo endereços IP sujos e bloqueados por uma ferramenta chamada “spanlock”. Liguei para lá e, depois de quase uma hora no telefone e perto de convencê-los a procurar o problema (o que não é fácil!!!), a ligação caiu. Resolvi então ir até Parati numa lan-house para enviá-los (o problema com a TIM só acontece com o envio de e-mails). Lá enviei os e-mails sem problemas, fomos ao mercado comprar algumas coisas de comida e voltamos para a marina loucos para sairmos. Apesar de todo o carinho, cuidado e simpatia do pessoal da marina, nós não víamos a hora de conhecer lugares novos (iremos retornar à marina, provavelmente, dia 25 ou 26). Arrumamos o barco para velejar, fomos comprar gelo na marina ao lado e fui fazer a navegação para a ilha do Cedro, enquanto o Jonas levava o barco na saída de Parati. Após sairmos pelo canal um pouco, o vento entrou e de uma direção favorável para nossa velejada. Desligamos o motor e chegamos até a ilha do Cedro apenas velejando. Quando estávamos chegando na ilha, contei para as crianças uma estória sobre nossa primeira ida à ilha, fazem uns 15 anos ou mais. Em virtude de uma caixa de som instalada atrás da bússola de bordo de nosso antigo barco, o Voodoo, ficamos meio perdidos e, como havíamos saído tarde do Mamanguá, chegamos de noite na ilha. Ela tem uma longa ponta de pedras, que nos pareceu uma praia, quando chegamos. Quase batemos na ponta (eu dizia para meu sócio no barco dar ré e ele entendia para ir reto!!!) e acabamos dormindo do lado de fora da ilha. Essa experiência me ensinou várias lições importantes: nunca chegar em lugar desconhecido à noite, fazer a navegação sempre bem feita e sempre transmitir ordens de forma bem clara, mantendo uma pessoa no meio do barco para retransmiti-las se estiver com o motor ligado ou muito vento. Eu acabei escrevendo essa estória para a revista “Offshore” contando o lado engraçado e as lições aprendidas e tive o gosto de vê-la editada.

Nossa chegada na ilha desta vez foi diferente. Chegamos de dia, cerca de 18:00 hs, com um belo sol e, após ancorarmos num lugar bem protegido, fomos tomar o merecido banho de mar. Eu estava sentindo muita falta dele. Na marina não dá para tomar banho de mar e a piscina não me energiza como o mar. Após o banho, no qual pegamos shampoo e aproveitamos para tomar um banho de verdade, recebemos a visita do Sérgio Carioca, que estava no barco Bruxa. Conversamos um pouco e mais tarde fiz um belo churrasco e o convidamos. Após um tempo batendo papo no cockpit sob uma noite totalmente estrelada e cuja lua ainda não havia nascido, resolvemos dormir para poder acordar cedo e conhecer um pouco da ilha.

 

20/01/2006

Acordamos cedo para aproveitar logo a ilha do Cedro. Logo que acordei já pulei na água (adoro fazer isso de manhã para despertar de verdade). Depois da sessão lavar louça, fazer diário, responder e-mail e arrumar o barco fomos até a praia. Ela é lindíssima. Tomamos um banho gostoso de mar, conversamos com alguns pescadores que tem um barzinho na praia e fomos andando até a longa ponta de pedras na qual quase batemos há 15 anos atrás. Outro lugar lindíssimo. Havia uma grande árvore cheia de parasitas que lhe davam a aparência de ter longos cabelos. As bromélias em profusão e os pássaros cantando em seus galhos completavam o quadro deslumbrante. Enquanto a Carol olhava os caranguejos nas pedras e o Jonas colocava barquinhos de folhas na água, eu fiquei apreciando o espetáculo e fotografando. Que lugar lindo! A maré estava baixa, o que o deixava mais a mostra. Voltamos ao bote e fomos tentar mergulhar atrás da ponta de pedras. O mergulho foi ruim, pois a água estava muito turva. Além disso, quebrou o meu armador do arpão. Vou ter que improvisar outro. Voltamos para a praia, comemos um peixinho frito, as crianças foram tentar pescar e no meio da tarde voltamos ao barco para seguir viagem. Levantamos vela e âncora às 16:00 hs e saímos por trás da ilha no motor em direção à ilha do Sandri. No caminho vimos a enseada de Tarituba, que pretendo conhecer em outra ocasião. Logo após Tarituba o vento entrou favorável e passamos a velejar em orça folgada. Só ligamos o motor por 5 minutos atrás da ilha do Araraquara, que nos protegia do vento. Passamos por várias ilhas e lajes que são comuns em Parati e Angra e chegamos na ilha Sandri às 18:00hs. Um coisa impressionante na ilha é a visão das usinas nucleares Angra 1, 2 e 3. Só ficamos torcendo para elas não darem problema justo agora. A água estava transparente e resolvemos logo fazer um mergulho. Fomos até a ilha Mingu de bote remando, pois é muito perto. Estávamos com cinco metros de profundidade e uma transparência de água de 10 a 12 metros. Vimos muitos peixes coloridos, muitas estrelas grandes, peguei um pepino-do-mar para as crianças verem de perto e voltamos ao barco. Havia improvisado um armador com uma chave-de-boca do barco, que se saiu muito melhor que o armador original, mas os peixes de caça que vi estavam muito ariscos. Voltamos ao barco, fizemos um churrasco ao anoitecer e então um manto estrelado desceu sobre nós. Eu deitei no cockpit de barriga para cima para ver as estrelas e, em pouco tempo, o Jonas e a Carol vieram ao meu lado. O Jonas me mostrou a Ursa Menor, que tinha visto no livro de ciências e eu e a Carol vimos uma estrela cadente. Ela só errou na hora de fazer o pedido: “Eu quero que o Jonas vire Palmeirense” em vez de “Eu quero que o Jonas vire São Paulino”. Parece que vamos ter de agüentar um palmeirense na família por muito tempo. O sono chegou e fomos todos dormir logo depois das dez.

 

21/01/2006

O dia amanheceu maravilhoso como todos estes últimos 20 dias. Logo levantamos na faina de lavar louça, fazer café da manhã, diários, etc. Quando acabamos e estávamos para mergulhar, pois se via de cima do barco todo o fundo, melhor ainda do que no dia anterior, vimos um cardume de savelhas. Peguei pão e comecei a jogar para elas. Elas começaram a comer e então fui pegar uma linha de pesca e anzol pequeno. Em poucos minutos pegamos 10 para poder fazer isca para pescar e para comermos no jantar. Caímos na água e sua visibilidade e temperatura estavam maravilhosas. Esta região é demais! Mergulhamos bastante, tentei pegar um peixe melhor para o jantar e cheguei a acertar uma garoupa boa, mas ela escapou. Vimos muitas estrelas-do-mar grandes e muitos falsos-voadores ou peixe-cabra. Eles são muito bonitos quando abrem as “asas” que são de um azul muito intenso. Achei uma máscara de mergulho, trezentos metros depois achei um snorkel e perto da praia achei uma nadadeira! A nadadeira logo encontrei o dono (um menino que mora na praia). Fomos até a praia, que não é muito bonita pois fizeram umas casas horríveis nela, e conhecemos dois casais de velejadores muito simpáticos que estavam lá. Um dos casais, o Ricardo e a Glória, nos convidou a conhecer seu barco, o “Tao”, que é um 23 pés muito espaçoso e marinheiro. Esse “grande barquinho” veio velejando da Europa para cá. Depois eles foram visitar nosso barco e deixaram sua mensagem no nosso livro de visitas. As crianças adoram os cachorrinhos deles (três!!!). Já ficaram me cobrando numa próxima viagem um barco maior e levarmos um cachorro junto. Quando eles se foram almoçamos e seguimos para Bracuhí, onde eu queria comprar combustível, gelo e algumas coisas de mercado. Passamos por várias ilhas maravilhosas, cheias de lanchas e fui fazendo a navegação com cuidado, pois nesta região tem muitas lajes (ainda bem que estão bem sinalizadas). Chegamos lá as 18:20 hs e só conseguimos o combustível, pois não há mercado lá. Sem comida também não haveria necessidade de gelo. Temos muita comida enlatada e seca à bordo, mas procuro comprar coisas frescas sempre que paramos em algum lugar.Depois de colocar o diesel no barco, comprar alguns pacotes de batatas fritas e tomarmos um suco, fomos para o local sugerido pelo Ricardo para dormimos: atrás da ilha de Cunhambebe. O lugar é muito bonito e nem parece Angra, pois tem pouco movimento. Tomamos um banho e me pus a limpar o peixe para fazê-lo na brasa. Estava gostoso, parecendo sardinha na brasa, mas as crianças não gostaram muito. O Jonas e a Carol queriam assistir o “Perdidos no Espaço” (isso mesmo, aquele antigão com o Dr. Smith e o Robô) que haviam ganhado dos avós. Enquanto eles viam o capítulo “Uma Visita ao Inferno”, eu ficava vendo o céu repleto de estrelas. Fiquei uma hora deitado vendo as constelações e pensando na vida. Vi três estrelas cadentes riscando o céu ao longo dessa hora. Ao final do capítulo consegui me conectar e enviar mensagens de e-mail que não estava conseguindo. Dormimos bem, mas várias lanchas passavam a toda velocidade atrás da ilha e faziam ondas que balançavam o barco. Não sei como eles passam tão rápido à noite, com muito pouca visibilidade. Se algum barco pequeno com pouca luz estiver passando no seu caminho, com certeza eles passam por cima.

 

22/01/2006

Acordamos e, antes de seguirmos viagem, tomamos o café da manhã e descemos na ilha de Cunhambebe para conhecê-la. A ilha é bonita, mas tem muito lixo jogado. Vimos um grande teiú (lagarto) de mais de um metro de comprimento e, após um banho de mar, retornamos ao barco. Levantamos vela, contornamos a ilha para ver o Frade (um grande condomínio e marina de luxo) e a sub-sede do Iate Clube de Santos e logo tomamos o rumo da ilha Gipóia. Depois de meia hora motorando, o vento apareceu e demos uma excelente velejada a todo pano até a praia do Dentista, passando por entre as ilhas particulares com suas casas de luxo. Quando chegamos na Gipóia, bateu uma decepção, pois estava abarrotada de lanchas. Nunca vi uma praia com tanta lancha por metro quadrado. Elas ancoram com uma âncora de proa e outra de popa na praia para caber mais barcos. Já que estávamos lá, paramos distante da praia para tomar um banho. A água estava com uma visibilidade maravilhosa e víamos todo o fundo ancorados em oito metros de profundidade. Após um excelente banho, tomamos um lanche, caímos na água para refrescar (foi outro dia de sol de rachar) e levantamos âncora para seguir para a enseada de Sítio Forte em Ilha Grande. Saímos no motor e no meio do caminho entrou um vento gostoso em orça folgada. Foi outra bela velejada e chegamos em Sítio Forte às 16:00 hs. Logo caímos na água, depois pegamos o bote e fomos para a praia. Tomamos refrigerantes gelados, comemos bolinhos de aipim, batatas fritas e pastéis no famoso restaurante do Lelé. As crianças viram cavalos, vários cães e a Carol foi perseguida por dois gansos bravos (ainda bem que ela foi rápida e saiu correndo). Depois de um passeio pela praia retornamos ao barco para pescar. A pesca não rendeu nada, mas as crianças aproveitaram para adiantar o diário e assistiram outro capitulo do Perdidos no Espaço enquanto tomávamos uma sopa. Quando acabou o programa, antes de dormir, saímos para fora para ver as estrelas. Fiquei contando estórias antigas e engraçadas para eles sobre vela, mergulhos e pescaria. Fui relembrando dos amigos Renato, Mário Celso, Léa , Marcão, Bill, Edmon, André, etc. e de nossas aventuras e desventuras (o “novilho do pantanal”, o “mergulho em Angra”, o “mergulho na piscina do hotel em Angra”, o “casal em lua de mel em Ilhabela”, o “burrico em Parati”, as “rodas do carro roubadas em Ilhabela”, etc). Eles adoram essas estórias e com certeza nunca mais irão esquecê-las contadas sob um céu tão estrelado.

 

23/01/2006

Hoje é dia de mergulhos. Acordamos dispostos, fizemos o café e diários com pressa para sairmos. Logo estávamos motorando em direção à Lagoa Verde. Essa “lagoa” é um local muito protegido localizado entre a Ilha Grande e a Ilha Longa. A água é cristalina e no fundo existem muitas algas verdes, o que dá o nome à “lagoa”. A fauna é muito rica. Vimos dezenas de estrelas-do-mar grandes, peixes-frade, cardumes imensos de sargentinhos, garoupas, badejos, budiões e dezenas de outros peixes, mas o ponto alto do mergulho foi encontrar uma tartaruga sem medo de mergulhadores que nos deixou chegar bem perto (cheguei a um metro dela!). Mergulhamos mais de uma hora e, quando começaram a chegar as escunas de turismo, nos retiramos. Seguimos para a praia de Matariz, onde havia um mercado pequeno e no qual comprei algumas coisas há mais de 12 anos. Chegando lá, o mercadinho ainda existia. Se não cresceu, ao menos está bem mais bonito. Ele tem o básico, mas falta gelo. Comprei algumas coisas que precisava e seguimos para a Lagoa Azul. Essa outra “lagoa” é uma enseada minúscula entre Ilha Grande, Ilha dos Macacos, Ilha Redonda e Ilha Comprida. Seu nome faz jus à paradisíaca referência ao filme homônimo. De novo mergulhamos com água cristalina (uns doze metros de visibilidade) e muitas estrelas e peixes. Achamos que na Lagoa Verde tinha mais vida marinha, mas a diferença de horário de mergulho pode ter causado isso. Após o mergulho, voltamos ao barco e seguimos para nosso lugar de pernoite: a enseada da Vila Abraão. Essa vila é a “capital” de Ilha Grande. É onde se encontra o maior número de pousadas, restaurantes e agências de turismo. Não descemos do barco pois, no dia seguinte, teríamos que acordar bem cedo. Pouco depois de ancorarmos, entrou um sudoeste muito forte que não durou muito, mas atingiu cerca de 30 nós de velocidade (56 km/h). O Fandango ficou firme (o Jonas desceu a âncora e está de parabéns!), mas um barco perto do nosso ficou “dançando” ao sabor do vento boa parte da noite. Dormimos cedo, cansados com as atividades físicas do dia, mas foi bom pois, amanhã, teremos a visita à base da Marinha do Brasil na Ilha da Marambaia.

 

24/01/2006

Acordamos bem cedo e logo fui arrumando o barco para sairmos. O dia estava lindíssimo. Como era cedo e o vento só dá as caras no final da manhã nesta região, motoramos por duas horas até chegarmos na frente do CADIM (Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia), entramos em contato pelo rádio e aguardamos autorização para encostar. Enquanto isso ficamos admirando o belíssimo litoral da ilha e a arrebentação em um perigoso banco de areia próximo o local de desembarque. Recebida a autorização, encostamos o barco no píer do CADIM e o simpaticíssimo SO Avelino nos recebeu no píer. Ele seria nosso guia pelo local. Fizemos fotos do Fandango na base e fomos logo visitar a Praia Grande, que fica perto do CADIM e onde as crianças já quiseram entrar na água. Ao longo do passeio fomos conhecendo várias pessoas que trabalhavam e viviam lá. O próximo ponto de parada foi a piscina com água da cachoeira, onde nem eu resisti e caí na água. Depois fomos na gruta, outro lugar lindíssimo, próximo a uma cachoeira. A gruta tem algumas imagens de santos e serve como uma pequena capela. Todo o local está muito preservado. A ausência de turismo ostensivo, de especulação imobiliária e os excelentes cuidados da Marinha do Brasil fazem desta ilha um lugar especial. A proibição de pesca nas praias internas da ilha faz de lá um grande criadouro de peixes para a região. Fomos convidados para o almoço e almoçamos com o Avelino no Hotel de Trânsito, uma construção muito antiga, com paredes de pedras idênticas às que vimos nas ruínas da ilha Anchieta e em Parati-Mirim. A comida estava deliciosa: arroz, feijão, frango e seleta de legumes. O engraçado do almoço foi que o Jonas, louco por feijão, comeu um monte de seleta de legumes e a Carol, louca por legumes, comeu duas pratadas de arroz com feijão. Avelino nos contou um pouco de sua vida e sua paixão por cross-country e de lugares que conheceu participando de provas representando a Marinha do Brasil. Vimos um folder sobre a ilha da Marambaia, citando inclusive uma batalha histórica no século XVI contra os holandeses na região. Após o almoço, fomos ao local da batalha, que fica na frente da casa do comandante, onde tem uma praia lindíssima, que lembra demais as praias do nordeste, com seus coqueiros e areia branca e grossa bem solta. Nessa casa o presidente FHC passou algumas de suas férias no comando do país. Caminhamos então até a outra ponta da Praia Grande, passando por lindas trilhas e tiramos muitas fotos. As trilhas daqui lembram muito as do Parque Estadual de Ilhabela, só que mais preservadas. Caímos novamente na água, desta vez rapidinho, pois a água estava cheia de águas-vivas. Todos a quem fomos apresentados foram muito simpáticos conosco, perguntando sobre nossa viagem e fazendo perguntas sobre ela. O único sentimento era que o tempo foi muito curto para conhecermos a ilha. No final da visita, conhecemos o Capitão Ailson, que comandava a base no momento e com o qual conversamos um pouco sobre nossa viagem, sobre Ilhabela e sobre o que temos visto no caminho. Soltamos amarras às 16:00 hs, após nos despedir a agradecer o Avelino pela atenção e paciência dispensada conosco. Mal saímos da ilha levantei vela para aproveitar um ventinho gostoso que estava começando. Logo após levantar vela, vimos vários golfinhos perto e fomos até perto deles. Haviam uns dez golfinhos e deviam estar caçando, pois também haviam vários atobás sobre eles mergulhando sobre um cardume de peixes. Demos umas três voltas perto deles e seguimos para Ilha Grande. Logo entrou um excelente vento de cerca de 15 nós de través e demos uma velejada maravilhosa e rápida até Sítio Forte. Chegando lá, lanchamos, escrevemos diários e as crianças viram Perdidos no Espaço. Dormimos cansados com tantas caminhadas e velejadas. O tempo estava fechado, ameaçando chuva e ventos fortes.